Lindo dia soalheiro... cheiro a relva recém cortada e a
flores a florir.... Estava eu ao portão da garagem, novamente em casa dos meus
pais, a tentar explicar à minha ascendência, e à minha descendência, onde se podem
encontrar crisálidas, na natureza. E dizia eu que se podem encontrar em
qualquer lado, até mesmo ali, na garagem. Enquanto falo, levanto os olhos para
o cimo do portão e... lá estava ele: um pequeno e belo embrulho com promessas
de mistério. Fantástico... nem de propósito... mas, o que seria? Observei minuciosamente
a crisálida. Era diferente das outras que já tinha visto. O meu pai vaticinou uma
vulgar "borboleta das couves"... Até poderia ser, mas não a podia
deixar ali... a curiosidade fazia-me cócegas nas pontas dos dedos e tinha mesmo
de averiguar.
Levei-a para casa e destinei-lhe uma caixinha só para
ela. E ali ficou... até ontem. Quando cheguei, contaram-me que se tinha dado um
"nascimento" e que era melhor ir verificar. Fiquei, de novo,
atarantada. Mas o que era aquilo? Borboleta das couves não era com certeza. Como é possível? Era uma borboleta muito semelhante à Papilio machaon, mas que eu nunca tinha visto assim, ao vivo e a
cores. Era uma Iphiclides feisthamelii... E
tão bonita que era, com as suas asas com riscas de zebra.
Fiquei a pensar o quanto sou distraída... Se era
uma Iphiclides feisthamelii, então já passeou
ali pelos canteiros, no meio das folhas e flores, uma pequena lagarta de aspeto
fenomenal...
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Libertei-a num vaso florido e ela esticou as magníficas
asas e fez aquilo que melhor sabe fazer: voou deslumbrando todos os que têm o
prazer de a observar, fazendo parar o tempo.
Professora Beatriz Alves