Papilio machaon

Classificação Taxonómica
           
As borboletas são insetos da ordem  Lepidoptera  classificados nas superfamílias  Hesperioidea e Papilionoidea, sendo que a espécie Papilio machaon pertence a esta última.

Classificação Científica

Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Papilionidae
Género: Papilio
Espécie: Papilio machaon  

Nome Binomial

Papilio machaon, Linnaeus, 1758



Nome Comum

Borboleta Cauda-de-Andorinha

  





               

Silvia Reiche *

 
Origem Mitológica da Classificação da Espécie

Na mitologia grega, não havia donzela mais formosa em toda a Tessália do que  Corônis. Apolo, uma das mais importantes divindades, apaixonou-se loucamente por ela e conceberam um filho. Durante a gestação, ela apaixonou-se por um mortal, o jovem Ischys. Quando Apolo soube da traição, sentenciou Corônis à morte. No momento em que a estavam a colocar sobre a pira, para ser queimada, Apolo arrancou do seu ventre o menino, ainda vivo. Assim, nasceu Asclépio confiado ao centauro Kiron, que se dedicou a ensinar-lhe medicina.
O menino cresceu e, com o tempo, adquiriu uma grande habilidade na medicina, descobrindo uma maneira de ressuscitar os mortos. Isto fez com que fosse denominado deus da medicina.
Asclépio apaixonou-se por Epione, que se tornou deusa da anestesia, aliviando as dores de quem padecia. Tiveram vários filhos:
  • Machaon (cirurgião);
  •  Podaleirus (o dom do diagnóstico e da psiquiatria);
  • Telésforo (o pequeno gênio da convalescença);
  • Panaceia (a deusa dos medicamentos e ervas medicinais),
  • Iaso (deusa da cura);
  • Áceso (deusa dos cuidados e enfermagem);
  • Aglaea (deusa dos bons fluidos, boa forma e beleza natural);
  • Hígia (deusa da prevenção das doenças, que deu origem ao termo Higiene).
Machaon e Podalerius, seu irmão, foram os médicos dos gregos na Guerra de Tróia. Eram cirurgiões altamente valorizados que garantiram a sobrevivência de muitos soldados.
Para homenagear Machaon, a nossa Papilio foi honrada com o seu nome.
Informação retirada de sites relacionados com Mitologia Grega, informação que pode ser consultada no "Wikipédia".


Localização Geográfica

Esta borboleta encontra-se na Europa, Ásia e regiões frias da América do Norte. Sendo relativamente  frequente na Península Ibérica.



Morfologia Lagarta

A lagarta desta espécie apresenta riscas que alternam entre o preto e o verde cítrico, quase que fluorescente. As riscas pretas são salpicadas por pequenos pontos cor-de-laranja que se encontram ordenados, quer horizontal como verticalmente.

                                                     Joaquim Pimenta








 
  
Silvia Reiche *
Quando se sentem ameaçadas, fazem sobressair um órgão glandular bifurcado, denominado osmaterium, que se assemelha a duas pequenas "antenas" alaranjadas.  Este corpo exala um odor pungente e liberta um líquido tóxico, cuja função é afastar os predadores e evitar que a lagarta seja devorada por aves insectívoras ou outros predadores.

                                                                                         Ted Lee Eubanks

Apresentam atividade diurna, regendo-se pela luminosidade do sol.

 

 
Morfologia Borboleta

É uma notável borboleta amarela com lista dorsal escura, asas amareladas subdivididas em pedaços de cor amarela, preta e cinzenta. As segundas asas, as traseiras, têm cinco ou seis círculos azuis e um círculo de cor vermelha e azul, chamados "olhos", e um par de caudas salientes, semelhantes a andorinhas, em ambos os sexos, que lhe dão a designação. Tem uma envergadura de 8 a 10 cm.

 











 Silvia Reiche *
                        Silvia Reiche *                                         Silvia Reiche *

    Armindo Alves

Dispõem de um órgão especial, a espirotrompa, a partir do qual sugam o pólen das plantas de que se alimentam. Esta estrutura, quando em repouso, permanece enrolada, formando uma espiral.

Armindo Alves
A borboleta macho possui a parte terminal do abdómen mais alongada enquanto que a borboleta fêmea apresenta-se mais arredondada.
    Merintia


Ciclo Biológico

Estas borboletas voam de Março a Setembro, com um voo forte e rápido, fazendo uma pausa para pairarem sobre plantas em floração, para sugarem o néctar. Em climas do norte, mais frios, apresentam uma única geração anual; em climas temperados apresentam duas gerações, de abril a maio e de julho a agosto;  em lugares mais quentes como o sul da Península Ibérica e Norte de África apresentam três gerações.
Durante a vida, a fêmea da borboleta Papilio machaon põe de sessenta a várias centenas de pequenos ovos, de tonalidade amarela. Estes ovos apresentam, quase sempre, desenhos característicos da espécie à sua superfície, mas, devido ao tamanho extremamente reduzido dos ovos, esses desenhos só podem ser observados com uma lente ou microscópio. A borboleta coloca os ovos em plantas de que as larvas se possam alimentar, tais como arruda, funcho, salsa e cenoura.
Silvia Reiche *

A eclosão destas minúsculas larvas, denominadas lagartas, ocorre cerca de uma semana após a postura dos ovos. São devoradoras vorazes e crescem rapidamente, até o limite propiciado por sua pele, quando então se revestem de novo envoltório, mudando de pele mais umas seis ou sete vezes, até chegarem à fase de lagarta adulta. Esta etapa demora , aproximadamente, um mês. 

                                                   Silvia Reiche *                                                       Silvia Reiche *        
                                                                                                  
                                                                  Silvia Reiche *

        


                                                                                                                                              Silvia Reiche *
Quando cumprem o objetivo de atingir a "maioridade", param de alimentar-se e transformam-se em crisálidas. 

 
    Silvia Reiche *
                                                                                                                                          Silvia Reiche * 
As crisálidas das borboletas geralmente ficam expostas, sustentadas por uma pequena placa de seda, ou por uma espécie de filamento de seda que as mantém em posição vertical. Vivem assim por algum tempo, entre duas a vinte semanas, enquanto se processa sua transformação em borboleta. Completada a transformação, o invólucro fende-se deixando sair um inseto de seis patas e antenas dirigidas para a frente, que caminha um pouco, até alcançar um ramo, onde fica pousado, movendo suavemente as asas, que vão se estendendo aos poucos e adquirindo as cores típicas da espécie, enquanto as nervuras e membranas se enrijecem. Assim que as asas estejam firmes e secas, a nova borboleta lança-se, corajosamente, ao voo.  


                                                          Silvia Reiche * 

Muitas borboletas de ovos postos na primavera ou verão, comem e crescem como lagartas e transformam-se em crisálidas no começo do outono, e nesse estado passam todo o inverno. Na primavera seguinte, as borboletas surgem das suas crisálidas, para começarem uma nova geração.  


Alimentação da Lagarta

A lagarta alimenta-se, principalmente, de plantas umbelíferas, tais como a arruda, funcho e salsa.    


 Lagarta alimentando-se de folhas de Angelica archangelica
   
 Lagarta alimentando-se de flores de Anethum foeniculum  
 

Alimentação da Borboleta

As borboletas alimentam-se do néctar de algumas plantas específicas, que apresentam flores coloridas e muito perfumadas.
           
 Borboleta alimentando-se do pólen de flores de Lantana camara
 
Borboleta alimentando-se do pólen de flores de Zinnia peruviana
 
Obter sais minerais suficientes requer outras fontes de alimento. Por isso é comum ver muitas borboletas bebendo água parada e rasa, que absorveu os minerais do solo. Às vezes, as borboletas voam de uma poça e voltam para ela alguns segundos depois. Isso pode movimentar a água, trazendo mais minerais à superfície. 

 Borboletas extraindo sais minerais do solo



Impacto Ambiental

Como todas as borboletas, a Papilio machaon é polinizadora das espécies das quais se alimenta.
 


Sustentabilidade da Espécie
           
Apesar de ser frequente na Península Ibérica, a borboleta Papilio machaon é rara em Inglaterra, sendo inclusive protegida por leis  que visam salvaguardar a manutenção da espécie no país. Do mesmo modo, várias espécies de Papilio estão na lista de espécies ameaçadas do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (em inglês, U.S. Fish and Wildlife Service).
Como fatores que condicionam negativamente a continuidade da espécie, podemos considerar como principais os seguintes:
- a perda de habitat devido ao corte indiscriminado de árvores e à urbanização e industrialização crescente.
- a parasitação por vespas e outros insetos.
- o facto de muitas pessoas considerarem as lagartas como pestes, sobretudo quando destroem a folhagem de plantas cuidadosamente cultivadas. Por esse motivo, muitas lagartas do jardim são mortas, evitando que se transformem em insetos adultos.
- os pesticidas são outra grande ameaça às borboletas, já que estas são extremamente sensíveis a produtos tóxicos. Mantê-los longe das fontes de alimento das borboletas é uma tarefa difícil porque o vento pode levar os pesticidas para outros lugares longe de suas origens, contaminando os habitats destes insetos. Por este motivo, as pessoas que querem ter borboletas nos seus quintais e jardins devem utilizar formas naturais de controle de pestes, como incluir insetos que se alimentam deles.            
- a caça praticada pelos humanos. Embora seja óbvio que as borboletas não são os alvos preferidos de caçadores, esta atividade criou danos na população de Papilio machaon porque  é uma espécie muito valorizada pelos colecionadores. 
   
 Coleção de borboletas
Felizmente, as borboletas conseguem viver em estufas e outros locais fechados com alimento, água e as plantas certas. Isso torna possível que os centros naturais e outros locais cuidem delas e eduquem as pessoas, ao mesmo tempo tentando preservar algumas espécies.


 Borboletas no borboletário de Lisboa


* Durante as minhas deambulações pela internet, à procura de informação sobre borboletas, deparei-me com um site, de uma fotógrafa profissional alemã, com fotografias absolutamente inacreditáveis. Espelham tudo aquilo que eu desejo mostrar a todos os que consultam o nosso blog. Acima de tudo, retratam a paciência, profissionalismo e paixão de quem as tirou.
Entrei em contato com a fotógrafa e pedi-lhe autorização para publicar as suas obras de arte no nosso blog. O meu pedido foi prontamente aceite, sem qualquer imposição de contrapartidas, fossem elas monetárias, ou quaisquer outras.
Assim, o mínimo que posso aqui fazer é ressalvar o excelente trabalho da fotógrafa Silvia Reiche
Visitem esta página e deixem-se impressionar!!!
Em baixo, deixo traduzida a apresentação que a própria Sílvia faz de si própria e que podem consultar na mesma página.
Muito obrigada, Silvia Reiche!!!
 













"Num belo dia de verão, em 1969, nasci em Berlim, na Alemanha. Os meus pais chamaram-me Sílvia, o que significa floresta, bosque, aquele que é da floresta ...
Em novembro de 1980 mudei-me para a Holanda, onde ainda vivo.
Desde sempre me interessei pela natureza e pela vida selvagem, especialmente por pequenas criaturas como borboletas, lagartas e besouros.
Quando eu tinha 12 anos, estudei moscas mortas sob um microscópio e comecei a recolher lagartas, para descobrir o que lhes acontecia. Lembro-me do dia em que cheguei a casa e, no meu quarto, duas borboletas voavam contra a janela.
Quando cresci, o meu hobby transformou-se numa paixão séria e, em 1991, comprei a minha primeira câmara SLR Canon. Em 2005 mudei para a fotografia digital.
O amor que sinto por borboletas, e pela natureza, está-me nos genes. Adoro sair no início da manhã, quando a mãe natureza passa pela mudança da noite para o dia, e fotografar borboletas a dormir. Nesses momentos, o que mais aprecio é o som dos pássaros. Esta música em combinação com o sentimento final de liberdade me dá satisfação: esse é o meu sentido da vida.
Paciência é a palavra-chave para a fotografia macro... todas as pequenas criaturas ficam comum  medo de morte quando um ser humano, com uma lente macro enorme, chega perto .... sem paciência, a borboleta vai voar para longe. Às vezes, preciso de dias, até semanas, para uma única boa foto.
Eu amo e respeito a natureza e, com as minhas fotos, tento refletir o que a natureza tem para oferecer: abstração, beleza, cores, diversidade, erosão, fascínio... o ABC da natureza é uma fonte interminável de inspiração!
Viva a Vida!!!"  
Silvia Reiche

7 comentários:

  1. Agora que vamos pôr, finalmente, as lagartas na sala, vai ser muito giro ver a evolução delas... Vai ser lindíssimo ter aquelas borboletas lá para toda a gente ver... depois também vai ser giro ver aquelas borboletas todas a andar de um lado para o outro...
    Adriana Maciel

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  2. Espero que no dia 5 de Junho já hajam muitas borboletas.

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  3. Gosto muito deste blogue... e gosto muito de o visitar.

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  4. Estou fascinado!!! Nunca vi nada assim.

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  5. Estou ansioso por ver as borboletas a voar...

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  6. Em 2010 e este ano, tive a lagarta da borboleta Papilio machaon num funcho do meu quintal, em Alcaide-Fundão. Este ano, surgiram 3, mas 2 desapareceram. Uma surgiu em 31JULHO e tapei o funcho com uma rede para a resguardar. No dia 17AGOSTO, a lagarta percorreu toda planta, várias vezes, saltando de um tronco para outro. No dia 18AGOSTO ficou fixada a um tronco, reduzida de tamanho, formando-se a pupa. No dia 31AGOSTO, vendo que a borboleta ia «nascer», cortei o tronco, meti-o num frasco de plástico e levei-o para casa. No dia 01SETEMBRO, pelas 06H30, apareceu a borboleta. Esteve em casa, pousando nos meus ombros e nas mãos. Pelas 19H00, levei-a para o quintal e não se afastava de mim. Tive que espantar com um jornal, pousando em alecrim e, depois, em cerejeira, onde tirei as últimas fotos. Dali, partiu para um olival.

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